segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A borboleta e o beija-flor - Texto integral



Dizem que atraímos seres e coisas que estão de acordo com a energia que irradiamos, por isso somos sempre incitados a enfrentar as dificuldades com firmeza de espírito e bom humor. Eu, por minha vez, creio que atraímos aquilo e aqueles que irão nos trazer os ensinamentos necessários para crescermos e nos tornamos mais fortes.
No mundo inverossímil dos contos fantásticos, ouvi a história de uma borboleta que, apesar de já estar pronta para abandonar seu casulo, mantinha-se presa dentro do mesmo por medo dos perigos que encontraria lá fora.
Como se tornara grande demais para o seu invólucro, este havia se partido ao meio de modo que a borboleta tinha metade do seu corpo fora do cásulo e, assim, conseguia ver as outras borboletas esvoaçarem pelos céus. Quando o vento brincava com as flores e espalhava as deliciosas fragrâncias no ar, o pobre inseto sentia ânsias de correr para perto das flores, mas seu medo impedia-lhe de alcançar seus desejos.
Certa tarde, a borboleta teve a estranha sensação de que era observada. Perscrutou então ao redor de si com o olhar e pode ver, oculto entre alguns ramos, um beija-flor que olhava para ela timidamente:
- Por que me olha com tanta insistência? - Indagou ao beija-flor.
- Desculpe-me, senhorita - respondeu tomado de vergonha - é que fiquei encantado com as belas cores de suas asas.
Diante do elogio, a borboleta se encheu também de acanhamento o qual tentou disfarçar desta forma:
- De que me adianta ter asas com cores tão belas se não sou capaz de voar?!
- Juro-lhe, senhorita, que ficaria lisonjeado caso me permitisse levá-la para um passeio a bordo de minhas asas.
A borboleta olhou para o beija-flor com desconfiança. Seu primeiro pensamento foi recusar o convite inesperado daquele estranho, contudo, sua intensa vontade de se afastar ao menos por algum tempo de seu casulo, fez com que aceitasse a proposta
Com modos de cavalheiro, o tímido passarinho ajudou a senhorita a sair de seu cásulo e acomodou-a sobre as suas asas. Em um primeiro instante, a borboleta se sentiu amedrontada, pois já não estava segura dentro de um esconderijo, mas o calor que emanava das asas do beija-flor, fez com que se sentisse novamente protegida.
Durante o passeio sobre um primoroso jardim primaveril, os dois se esqueceram de suas prisões e medos, enquanto deixavam um pouco de si um no outro:
- Não consigo visitar duas vezes a mesma flor. - Dizia o pássaro. - Em um dia eu me apaixono perdidamente por uma, mas no dia seguinte sempre conheço outra flor de cor mais viva ou de perfume mais doce.
-E desta forma não se prende a nenhuma delas...
- De fato não gosto de me sentir preso a nada, por isso estou sempre viajando pelo céu em busca de novas cores e aromas diferentes.
- Já eu, viajo apenas em pensamentos, pois até hoje não havia ousado deixar a minha prisão.
- Para quê se manter presa? A única coisa de que uma borboleta precisa para voar é ter asas e isto você tem!
- Talvez eu tenha medo de um dia ir tão longe que já não saiba voltar. - Disse a borboleta.
- E talvez eu tenha medo de voltar e não encontrar mais a flor que deixei. - Falou o beija-flor.
Os novos amigos ficaram em silêncio por algum tempo, meditando sobre o que haviam acabado de dizer e de ouvir, no entanto, quando se despediram, não era sobre os seus medos que pensavam e sim um no outro.
A partir de então os dois passaram a repetir aquele passeio todos os dias. A borboleta só saia de seu casulo para encontrar o beija-flor e, quando não estavam juntos, mantinha-se perdida em sua imaginação romanesca a qual afastava suas angústias de prisioneira. Houve uma tarde, porém, na qual o passarinho não apareceu e o fato se repetiu por toda a semana. Cansada de esperar e preocupada com o sumiço do amigo, a borboleta resolveu, pela primeira vez, sair sozinha de seu casulo. Mesmo assustada, agitou suas asas com força até que conseguiu alçar vôo rumo ao jardim que sempre visitavam. Ela estava tão preocupada em encontrar o beija-flor que nem ao menos percebeu que estava conquistando seu sonho de liberdade ao voar por si só, sem se apoiar nas asas alheias. O medo deixara de lhe prender no exato instante em que parou de pensar nele para se ocupar com coisas que realmente existiam.
Ao chegar no jardim, deparou-se com algo inesperado: o passarinho estava sobre uma flor que já havia visitado antes:
- Beija-flor, - a borboleta chamou - por que não me visita mais? Preocupei-me pensando que talvez tivesse encontrado outras cores mais belas que as das minhas asas, mas vejo que está sobre uma flor que já visitou antes.
- Perdoe-me por não ter voltado, borboleta. Não quero magoá-la.
O pássaro evitava olhá-la nos olhos enquanto dizia:
- Quando visitei esta flor pela primeira vez, era um dia chuvoso e cinzento e foi me escondendo sob suas pétalas que consegui me proteger. Percebi que necessito de um lugar para o qual eu possa voltar sempre que me sentir inseguro, mas a flor que me emprestar as suas pétalas precisará compreender que eu irei embora quando o sol surgir novamente.
Ao se dar conta de que aquelas palavras se tratavam de uma despedida, a borboleta deixou uma lágrima escorrer de seus olhos e molhar uma porção de grama do jardim:
- Sei bem que se cansou de ver todos os dias as mesmas cores em mim! - Bradou o inseto. - O seu problema é que você vive apenas o momento, mas os momentos sempre passam.
- E o seu problema é que você vive tão preocupada com o ontem e com o amanhã que deixa de aproveitar o agora. - O beija-flor replicou. - Você já está pronta para seguir com as outras borboletas, mas acostumou-se de tal modo a segurança de minhas asas que se esqueceu de usar as suas.
A borboleta fitou-lhe com tristeza, no entanto não ousou contradizê-lo, pois, em seu íntimo, sabia que ele tinha razão.
- Assim que eu me virar e for embora, vou esquecê-lo para sempre beija-flor. Se as minhas cores perderam a graça para você, também eu posso fazer com que as lembranças desbotem até se tornarem incolores.
O outro olhou-a com ternura tomado por pensamentos que só ele conhecia:
- Só quero que saiba borboleta, que o fato de algo ter sido fugaz, não significa que não tenha sido verdadeiro.
Em silêncio ela concordou com a afirmação. Logo percebeu que não havia mais nada a fazer ali então seguiu seu caminho. Ainda sentia medo do que poderia encontrar pela frente, mas isto não mais a impediu de continuar.
Em alguns momentos usaremos as pessoas como esconderijos, afastando o nosso frio com o seu calor, apesar de também possuírmos chamas. Em outros evitaremos compartilhar casulos indo embora sempre que as cores de alguém perderem o brilho. Nos dois casos estamos fugindo da realidade, pois é quando as chamas e cores se apagam que precisamos enfrentar algo assustador: deixarmo-nos conhecer por nós mesmos ou pelo outro.
Por mais perigoso que seja fora do casulo, nenhuma segurança vale mais do que a liberdade de voar com as nossas próprias asas. Só quando souber usar bem as suas é que estará preparado para voar ao lado de outra pessoa.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Uma observação sobre os homens


Meninas (e meninos também caso houver algum interessado em opinar), nos últimos dias tenho ouvido inúmeras histórias sobre romances frustrados como se o vírus da decepção estivesse solto por aí (putz, essa última frase ficou bem novela mexicana, né? rsrs)...

Já escrevi muitas coisas sobre o universo masculino na tentativa de alertá-las no instante em que entrarem em uma relação, mas, depois de ter batido um papo com alguns amigos cuequinhas, fiquei meio assustada com as conclusões as quais cheguei.

Assisti a um filme da Sandra Bullock cujo título em inglês é "All About Steve". Não recomendo, porque me deu uma super depressão - apesar de ser uma comédia - mas o protagonista, Steve, disse uma frase interessante: "- Eu sou homem! Dizemos coisas que não queremos dizer!" Então fiquei pensando: Não somos nós, mulheres, quem somos as complicadas e dizemos sim quando queremos dizer não?"

Sempre considerei os homens como simples de entender. Quando eles querem, querem e quando não querem, não querem. Ainda penso assim, porém, com uma diferença: fique atenta ao que eles querem de fato, pois muitas vezes não é exatamente você, capiche? Espero que a palavra sexo tenha ficado bem explicíta neste "capiche".

Outra coisa. Quando estiver se envolvendo com um rapaz, mesmo já nos primeiros meses de namoro, não se prenda ao que ele estiver te dizendo. Não interessa se ele falar que você é linda, perfeita, a mulher da vida dele. Escute (leia) bem: NÃO IMPORTA O QUE UM HOMEM DIZ, MAS APENAS O QUE ELE FAZ! Se o Zé diz que te ama, contudo parece que esqueceu o número do seu cel e perdeu o endereço da sua casa... Menina, fique esperta. Claro que isso não vale apenas para os homens e para as relações amorosas. Até mesmo em uma amizade, família ou em relações profissionais, as nossas palavras têm que estar de acordo com os nossos atos.

Só para deixar registrado, eu sei que existem exceções e certas pessoas têm dificuldade para demonstrar sentimentos por serem tímidas ou pela criação que receberam. Sei também que cada um tem o seu modo de demonstrar afeto de forma que alguns são mais efusivos e outros mais recatados, porém, se alguém gosta de você de verdade, no mínimo tem que tratá-la com carinho e respeito. Carinho se mostra no olhar, na preocupação com o bem estar do outro, no interesse pelo que acontece em sua vida etc.

Termino esse post com uma palavra amiga. Em geral, quando um relacionamento não dá os frutos que esperávamos e, princialmente, quando saimos machucadas, temos a reação de nos fecharmos dizendo que nunca mais acreditaremos em ninguém. Uma amiga minha disse uma frase corajosa: "estou disposta a me apaixonar independente dos riscos". Relacionamentos são arriscados, por isso é bom que mantenha seus pés no chão, domínio sobre si e os olhos abertos, mas não deixe que as decepções a transformem em uma pessoa incrédula, sem esperanças.

"Homem é tudo igual, nenhum presta!" Talvez eles sejam mesmo todos iguais, mas ainda quero acreditar que encontrarei um que será especial por um motivo: ele vai gostar de mim de verdade. Sei que também haverá um especial para você.


Kisses da última romântica

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ACABOU?! NÃO! ESTÁ APENAS COMEÇANDO!



É com muita felicidade e energias renovadas que grito: HAPPY NEW YEAR MEU POVO! Acabo de voltar da melhor virada do ano que já passei na vida. Estava mesmo precisando depois das pancadas que levei em 2010.


Todos os anos digo para mim mesma que aquele será o meu ano, faço uma lista dos meus desejos e os entrego para Deus. Desta vez, no entanto, não fiz lista alguma, mas nunca estive tão certa da prosperidade vindoura, pois me dei conta de que o meu sucesso depende apenas do meu querer. É claro que há um Deus que vela por mim, mas Ele me deu coragem e inteligência para que eu pudesse guiar meus próprios passos.
Um dos presentes que recebi em 2010 foi esse blog o qual criei em um dos momentos em que me sentia no chão. Precisava escrever tudo o que me oprimia, embora não desejasse fazê-lo claramente, apenas através de meias palavras. Aos poucos meus textos foram sendo acessados por pessoas que não conheço, rostos que nunca vi, mas que dividem comigo as mesmas alegrias e tristezas. É com vocês, meus amigos, que quero dividir algumas lições que recebi durante esse árduo processo de aprendizado:
  1. Aceite o fato de que é humano e, portanto, falível, mas não utilize sua natureza como desculpa para cometer erros que poderia evitar;
  2. Não espere que as pessoas possam ir até você: vá até elas;
  3. Alguns sonhos não se realizam não por serem impossíveis, mas, porque nós optamos por apenas sonhá-los;
  4. Quando alguém te magoar, não se ache no direito de fazer o mesmo com os outros. Utilize esta experiência para o bem;
  5. Confie sempre em si mesmo, porém não se esqueça que há um Deus maior que você em Quem pode confiar.
Aos que me conhecem: Não esperem encontrar em mim a mesma que conheceram. Isto não significa que eu tenha me tornado outra pessoa, apenas decidi ser exatamente quem eu sou.

Aguardem...