terça-feira, 28 de setembro de 2010

COMO ACEITAR?

(Escrita em 15/11/2009 - Datas nos remetem a momentos que, por sua vez, nos remetem a pessoas)

E quem me ajudará a aceitar que de fato é assim? Não há mais fantasias capazes de suprir a ausência da realidade. O calor de alegria imensa que chegava a me arrancar o ar durante a noite quando as esperanças se renovavam, não mais existirá. Resta-me assumir a veracidade das provas e não mais contestá-las, pois tudo indica para apenas uma direção a qual já não posso ignorar, por mais que eu queira.
Alguns dizem que regras de comportamento são um método duvidoso para tentar prever as atitudes de outra pessoa, mas são tão poucas as chances de que este seja um caso excepcional em que tudo foge a regra e contraria os métodos, que decido me dar por vencida. Também está na hora de perceber que não sou diferente de ninguém e que, infalivelmente, eu sofreria os mesmos males que assolam qualquer humano comum, dotado de emoções. Desejo apenas que, assim como todos, eu me reconstitua após a queda e volte a ser quem eu era, pois minhas forças parecem ter sido sugadas ao mesmo tempo em que o ego alheio se engrandeceu.
Anseio agora pela mesma dor que tenho evitado sentir há tanto tempo. Experimentei-a com doses controladas, mas, a cada vez que os vestígios de um sofrimento vindouro se aproximavam, eu buscava me encher de esperança a fim de pôr fim a possível lamentação.
Quero que esta dor venha de uma vez só e me arranque lágrimas. Não posso tolerar vê-la crescer a cada dia e depois ser interrompida apenas para, logo em seguida, ser renovada. Preciso que meu orgulho se quebre, seja verdadeiramente desafiado para, só assim, regenerar-se.

CARTA DE DESPEDIDA


Escrita em 22/11/2008

Caro senhor "eu-não-sei- o- que- quero- da- minha -vida",

Decidi neste instante retirá-lo por completo da minha mente. Pensei tê-lo feito diversas vezes antes, mas percebo agora que grandes rupturas só podem ser feitas através de mudanças concretas.
Não quero mais esperar por respostas para as dúvidas infinitas que sua volubilidade me deixou. Já não me importa se algum dia representei algo em sua vida, posto que agora não faço mais parte dela.
Pararei de fingir que preciso da sua amizade como se me fosse indiferente o fato de que já não me vê como mulher. Da mesma forma não farei esforço para disfarçar o constrangimento que sua presença me causa, pois cada tentativa estúpida de parecer tê-lo esquecido só me faz lembrar do quanto quis estar com você, mesmo consciente de que somos horríveis um para o outro.
Deixarei de lado esta obsessão de buscar explicações para a sua inquietude, a fim de acusar a sua personalidade confusa como única responsável pelo fracasso da nossa relação. Como poderei resolver os seus problemas, quando estou tão ocupada em solucionar este meu grande problema no qual você se tornou?
Acima de tudo estou farta de criticá-lo ou de tentar compreendê-lo, pois, definitivamente, não sei se algum dia o conheci de verdade e um estranho não pode ser causa de coisa alguma em minha vida. Todos os meus sorrisos ou soluços daqui em diante não pertencem mais a você!